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MÚSICOS SEVILLANOS EN EL SIGLO XX: IMPRESIONISMO Y ANDALUCISMO EN EL ÓRGANO

CONVENTO DE SÃO JOSÉ - Santo Tirso - 21h
 

Inauguração do órgão

MICHEL MERKLIN & KUHN S.A, (Restauro JMS Organaria)

CHANO ROBLES MURES (ESP)

O século XX começa em Sevilha com a instalação e inauguração do grande órgão romântico de Aquilino Amezua, em 1903, na Catedral. Os órgãos barrocos anteriores foram destruídos quando o teto do transepto da Catedral ruiu em 1888. O órgão de Amezua é o primeiro instrumento de conceção romântica europeia de grandes proporções que se conhece em Sevilha, e para os organistas abre um novo mundo de possibilidades com os seus quatro teclados e pedaleira completa de 30 notas. Luis Leandro Mariani (1858-1925) foi o segundo organista da Catedral de Sevilha desde 1889 até ao seu falecimento, em 1925. A sua obra corresponde ao estilo romântico e pós-romântico do século XIX, importado de França. Neste programa apresentamos duas peças recuperadas por Chano Robles Mures a partir dos manuscritos do próprio compositor: um Ofertório de 1903, escrito para concorrer ao cargo de Segundo Organista da Catedral de Sevilha (um exame para perpetuar o cargo que já ocupava ha 14 anos), e o primeiro andamento da sua Sonata-Fantasia, escrita em 1907 para os concertos organizados na Catedral para o Congresso Nacional de Música Religiosa. A execução de ambas as peças é o resultado do trabalho de investigação que o organista está a realizar atualmente na Universidade de Sevilha. Continuando com os músicos da Catedral, Duas Saetas de Eduardo Torres (1872-1934), compositor valenciano que viveu em Sevilha desde 1910 até à sua morte. Torres é o verdadeiro representante da influência impressionista no órgão, misturada com o uso de formas e melodias populares andaluzas. Estas Saetas baseiam-se em cânticos ligados às procissões da Semana Santa, influenciados pelo flamenco. No século XX, Manuel de Falla será o compositor de referência para toda a música nacional espanhola (não foi em vão que manteve uma boa amizade com Eduardo Torres e colaborou com a sua Orquesta Betica interpretando obras de Mariani). Para além da música catedralícia, a música religiosa ligada às procissões da Semana Santa tem uma grande tradição em Sevilha que se mantém até aos nossos dias. Desta música de cortejo, para banda de sopros, propõem-se duas peças de compositores sevilhanos da primeira metade do século XX. Margot é originalmente um Drama Lírico escrito por Joaquín Turina (1882-1949) em 1914. Desta ópera de estilo andaluz é retirado este episódio musical que narra o encontro das personagens do libreto, numa noite de Quinta-Feira Santa, em Sevilha, enquanto se realiza uma procissão à sua volta. Soleá, dame la mano (Soleá, dá-me a tua mão) é outra marcha processional dos irmãos Manuel e José Font de Anta (1889-1936 e 1892-1988). Esta peça, escrita em 1918, é, tal como a marcha de Turina, uma peça impressionista com conteúdo programático: neste caso, narra musicalmente a procissão da Virgen de la Esperanza de Triana ao passar pela prisão do arenal, onde os prisioneiros cantam saetas à passagem da Virgem. Finalmente, na improvisação, Chano Robles Mures oferecerá uma adaptação de ritmos populares andaluzes utilizando a linguagem dos compositores cuja música terá sido ouvida no concerto.

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CHANO ROBLES MURES nasceu em 1986 em Conil de la Frontera, (Cádis), iniciando os seus estudos de piano aos oito anos de idade no Conservatório Elementar de Chiclana e depois no Conservatório Manuel de Falla de Cádis. Licenciou-se na especialidade de Musicologia, no Conservatório Superior Manuel Castillo de Sevilha onde começou, paralelamente, a dedicar-se ao estudo da interpretação da música antiga - cravo e o órgão. Em 2020 obteve a licenciatura em Órgão, terminando o seu Projeto Final com distinção, sob a orientação de Andrés Cea e Jesús Sampedro. Como organista, tem dado recitais em vários instrumentos históricos e modernos em Espanha e Portugal. Participou de masterclasses com Mattias Havinga, Lukas Hassler, Roberto Fresco, Gustav Leonhardt, Thomas Ospital, entre outros. É colaborador regular da Orquesta Barroca de Cádiz e das Universidades de Sevilha, Pablo Olavide (Sevilha) e de Granada. Como investigador e musicólogo, realizou dois projectos de investigação sobre compositores sevilhanos do início do século XX, nomeadamente Manuel Font de Anta e Luis Leandro Mariani y González. No domínio da música moderna, como pianista e acordeonista, especializou-se no repertório da música latino-americana e espanhola de meados do século XX (tango, folclore sul-americano, bolero, copla...).É membro e arranjador do grupo musical Ojalá, com o qual presta homenagem aos cantores e compositores de língua espanhola. É membro da companhia de música e dança Entretangos e  Ópera Soleá. Também toca eufónio na Asociación Filarmónica de Conil, e atualmente estuda eufónio profissionalmente em Sevilha.

PROGRAMA

Músicos sevillanos en el siglo XX: impresionismo y andalucismo en el órgano

Luis Leandro Mariani González (1858-1925)

1 -  Ofertorio para Gran Órgano (1903) 

2 -  Sonata-Fantasía para Gran Órgano. Primer Movimiento. (1907) 

Joaquín Turina (1882-1949)

3 - Margot (1914). Arr. para órgano de Chano Robles

Eduardo Torres (1872-1934)

4 - Saetas II y III (1920) 

Manuel Font de Anta (1889-1936) y José Font de Anta (1892-1988)

5 - Soleá dame la mano (1918). Arr. para órgano de Chano Robles 

Chano Robles

6 - Improvisación sobre temas andaluces

DURAÇÃO: 60’

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