O presente concerto divide-se essencialmente em 2 partes: uma primeira a dispensar apresentações, pelo foco ser J. S. Bach; breve nota apenas para a escolha das peças, que - dentro do universo dos seus grandes prelúdios/fantasias/tocatas e fugas para órgão - serem das que porventura melhor se adaptam a órgãos de recursos sonoros mais reduzidos. A segunda parte do concerto é dedicada à música inglesa da transição do alto barroco para o período romântico inicial. Sob o mote "de Bach até Wesley", ouviremos primeiramente uma fuga de Handel, que exercia influentemente o seu trabalho em Inglaterra em paralelo com J. S. Bach na Alemanha; esta fuga em particular caracteriza-se por um tema que evidencia um "ousado" intervalo de 7ª maior, além de um cromatismo geral apreciável. Outro nome incontornável na música inglesa do séc. XVIII é Stanley, que se popularizou pela sua significativa produção de Voluntários para órgão, do qual se ouvirá um exemplo mais atípico dentro deste género (em forma tripartida, tipo concerto). Finalmente, da importante família Wesley: de Samuel (o responsável pela introdução e divulgação da música de J. S. Bach em Inglaterra), ouviremos um Voluntário; estilisticamente segue a tradição dos seus antecessores,mas nota-se já alguma harmonia a antecipar novos tempos. Samuel Sebastien Wesley, um dos filhos de Samuel Wesley, é o compositor que claramente marca a transição para o romantismo no órgão, em Inglaterra (o seu 2º nome "Sebastian" é uma homenagem do pai a J. S. Bach); ouviremos deste uma obra particularmente conhecida, numa fórmula que reúne a tradição "coral" inglesa com a prática milenar da composição fugal.