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OS SEGREDOS DOS AFETOS
Ou as trajetórias do amor...

escritos de Camilo Castelo Branco

Casa de Camilo - S. M. de Seide - Famalicão - 17h

Tiago Sarmento - Leituras
André Ferreira - órgão 
Rodrigo Teodoro de Paula - concepção e direção

“Os segredos dos afetos” é um dos versos do poema “O segredo de salvar-me pelo amor” (1858), de Camilo Castelo Branco, originalmente dedicado a Ana Plácido e um dos elementos que contribuiu para a união, ainda que conturbada e trágica, do casal. O amor indómito, fremente e tempestuoso dos dois escritores teve a sua gênese durante um baile e, anos mais tarde, meio a ciúmes, traição, fuga e prisão por adultério, escandalizou a sociedade portuguesa oitocentista, contrariando as suas normas, tornando-se um recurso literário para criticar e evidenciar as consequências dos casamentos por conveniências económicas. Essa vida passional inspirou parte da obra de Camilo, influenciando personagens e tramas que recordam, em muitos casos, as suas próprias vivências. O amor de Camilo por Ana, “sua extremosa companheira de infortúnios”, será revisto, nesse espetáculo através da leitura de textos selecionados e extraídos de poemas e romances escritos entre 1850 e 1864, em diálogo constante com a música e as suas potencialidades expressivas para ressaltar os sentidos das palavras e mover os afetos do público. Para isso, serão feitas improvisações no órgão sobre temas de obras da autoria de compositores que utilizaram textos de Camilo Castelo Branco em algumas de suas canções, como Vianna da Motta, Carlos Dubini, Gustavo Romanoff Salvini e Tomás Borba.  A intenção é recriar e representar as reflexões de Camilo sobre o amor e as suas inspiradas e românticas declarações a Ana Plácido, desde o primeiro contacto, no baile, o juízo social dessa relação, ao compromisso de uma vida plenamente compartilhada que se dará, posteriormente, com ela e os filhos em São Miguel de Seide.  O espetáculo é o resultado de um processo de criação coletiva, interpretado pelo ator Tiago Sarmento, com a intervenção do organista André Ferreira, sob a direção artística de Rodrigo Teodoro de Paula.

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Vencedor do prêmio CinEuphoria 2020 como melhor ator, com o filme “Sputnik”, TIAGO SARMENTO é ator, realizador e encenador. Estudou artes plásticas na Escola Artística de Soares dos Reis. Em 2014, licenciou-se em Teatro, na vertente de Interpretação, na Escola Superior de Música e Artes do Espetáculo. No âmbito do programa Erasmus, frequentou a Northumbria University, em Newcastle. Em 2015, concluiu o mestrado em Encenação na East 15 Acting School, em Londres, e ainda frequentou um curso intensivo na GITIS (Russian Institute of Theatre Arts), em Moscovo. Integrou elencos de peças dirigidas por Marco Martins, Nuno Carinhas, Carlos Pimenta, Nuno Cardoso, João Pedro Vaz, Nuno M. Cardoso, Mark Calvert, Whit Hertford, George Siena, Lígia Roque, Lee Beagley e Nuno Pino Custódio. Em cinema, integrou filmes de António Pinhão Botelho, Miguel Magalhães, Fanny Ardant e Cátia Silva. Em 2015, estreou a sua performance “#Falling” no The Yard Theatre, em Londres. Em 2016, estreou a sua encenação "A Vertigem dos Nossos Corpos" no FITEI. Atualmente, leciona no Balleteatro e colabora com a Este Estação Teatral e a RTP. Em televisão, destacam-se suas atuações nas novelas “Alma e Coração” e Paixão, pela SIC, a série “Capitães do Açucar”, pela RTP e a série “Braga”, pela RTP1.

Após a sua formação inicial no Instituto Greogriano de Lisboa (classe de órgão de António Esteireiro), ANDRÉ FERREIRA prosseguiu os seus estudos musicais nos Países Baixos, no Conservatório Real de Haia (com Jos van der Kooy) e, posteriormente, licenciando-se em órgão pelo Conservatório de Amesterdão, na classe do professor Jacques van Oortmerssen, trabalhando também com Pieter van Dijk. Posteriormente, concluiu o Mestrado em Órgão sob a orientação de João Vaz na Escola Superior de Música de Lisboa (ESML). É co-fundador do Ensemble 258, com o qual organizou o ciclo de música barroca 7 Colinas / 7 Cantatas na cidade de Lisboa, e membro do agrupamento Ars Lusitana, dedicado à interpretação de repertório português. Colabora como organista com a Paróquia de S. Tomás de Aquino e com a Paróquia de Santa Maria de Belém, (Mosteiro dos Jerónimos). Dedica-se também ao oboé barroco, frequentando o mestrado com dita especialização na ESML, na classe de Pedro Castro, e tendo integrado formações tais como a orquestra Divino Sospiro. Estudou piano na variante de jazz com Daniel Bernardes no Hot Club de Portugal. Para além da sua actividade performativa como solista e em ensemble, tendo actuado em recitais em Espanha, Itália, Países Baixos, Reino Unido e Nova Zelândia, e no Conservatório de Mafra e na Sé Catedral de Faro. Presentemente, é estudante de Doutoramento em Ciências Musicais na NOVA-FCSH sob a orientação Rui Vieira Nery e João Vaz, incidindo a sua tese sobre o conjunto de seis órgãos do Convento de Mafra.

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Diretor de orquestra, musicólogo e produtor cultural, RODRIGO TEODORO DE PAULA é Doutor em Musicologia Histórica pela Universidade Nova de Lisboa, maestro licenciado em Direção de Orquestra pela Escola de Música da Universidade Federal de Minas Gerais (Brasil), mestre em Estudo das Práticas Musicais – Música e Sociedade, pela mesma universidade e mestre em Interpretação da Música Antiga pela Escola Superior de Música da Catalunha/ Universidade Autônoma de Barcelona. No Brasil, à frente do grupo Capella Brasilica, gravou o CD Modinhas, aclamado pelas revistas Bravo, Concerto e Revista de História da Biblioteca Nacional (Brasil). Foi também pianista do grupo Lyrical Jazz, com o qual gravou o disco homónimo apresentado por Milton Nascimento.  Produziu e realizou concertos em Minas Gerais com a consagrada cantora Elza Soares (2008). Prestou também serviços ao Ministério da Cultura do Brasil como técnico parecerista, analisando projetos de alta complexidade na área da música (FUNARTE - Lei Rouanet). Em 2012, fundou o ALEMMARES Ensemble, sediado em Lisboa, cidade onde se radicou, e junto ao qual se dedicou ao estudo musicológico e à interpretação historicamente fundamentada da música ibero-americana. Foi diretor do Ciclo de Concertos do Museu Nacional da Música (2009-2010), idealizou e produziu a Mostra Identidades Brasileiras - Música Negra Urbana (2011) e a Mostra Itinerante de Cinema Indígena Brasileiro (2013). Atualmente é professor convidado na Universidade do Minho (Braga), investigador na Fundação Casa de Bragança e Diretor artístico do Festival Internacional de Órgão de Vila Nova de Famalicão e Santo Tirso.

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